Tive uma aula...no Second Life!


Sou sincera, quando o professor António Moreira nos desafiou a ter uma aula no Second Life, torci o nariz...no Second Life?!?

Para quem não sabe, o Second Life (SL) é um ambiente virtual tridimensional em que os humanos se relacionam virtualmente através de avatares. Não é um jogo, antes um metaverso, conceito criado pelo escritor Neal Stephenson em 1992. Schlemmer & Backes (2015) citam Stephenson para descrever um metaverso como "a aplicação do espaço real do mundo geográfico dentro de um espaço digital virtual na internet."

Numa primeira perspetiva, talvez não seja fácil compreender a potencialidade do SL no ensino. Para mim, enquanto criava um avatar que não conseguia vestir, que não conseguia comandar...foi definitivamente difícil.

À medida que nos ambientamos à plataforma, percebemos que estamos num universo virtual que pode ser muito mais que uma distração. Quando exploramos e nos damos conta que há "lugares" concebidos para partilhar recursos, experimentar simuladores, que se constituíram com o fim de ser ágoras de ideias...abrimos os olhos de espanto, assim muito redondos, e interiorizamos que este é um mundo virtual, paralelo, com uma existência palpável e, porque não, tão real como o mundo físico...

E no ensino?...A nossa turma foi desafiada pelo professor António Moreira a ter uma aula no SL dinamizada pela professora Eliane Schlemmer no espaço do GPe-dU na Ilha UNISINOS (Sim! É um "lugar" no SL!). E assim foi. Eis que a turma da unidade curricular Ambientes Virtuais de Aprendizagem da Universidade Aberta se "encontra", através dos seus avatares, no metaverso que é o SL. E foi supreendentemente agradável.



Senti que houve uma verdadeira interação entre os colegas e os professores; que a comunicação foi fluida; que me pude alhear do facto de não estarmos no mundo físico.

Esta experiência serviu para interiorizar que é necessário ultrapassar alguma resistência inicial a novos ambientes, de forma a podermos aproveitar o que de melhor têm para nos oferecer. Esta resistência é evidente no mundo educativo (e é compreensível, uma vez que temos receio de, enquanto professores, sermos colocados em situações que não controlamos), o que tem gerado um hiato entre os recursos usados em sala de aula e os recursos que as novas tecnologias já nos oferecem.

Se a hibridização no ensino passa, numa primeira fase, por complementar e articular o mundo virtual e o mundo físico - numa simbiose entre ensino online e ensino presencial, talvez seja altura de começar a aumentar as possibilidades, construindo novos e inovadores ambientes virtuais de aprendizagem.

Termino esta reflexão partilhando um vídeo com a "reportagem" do VI Congresso Internacional de Educação ocorrido em Agosto de 2009...sim, no SL! Há coisas extraordinárias, não há?...



Schlemmer, E.; Backes, L. (2015). Aprender e ensinar em um contexto híbrido. Editora Unisinos

Sem comentários:

Enviar um comentário