No dia 13 de maio, no âmbito da unidade curricular Ambientes Virtuais de Aprendizagem, coordenada pelo professor António Moreira, ocorreu uma sessão síncrona no âmbito do tema Tecnologias Interativas da Web Social para a Criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
O tema tinha sido já debatido em fórum ao longo de uma semana, com partilha de experiências e conhecimentos sobre tecnologias e ferramentas disponíveis para a criação de ambientes virtuais de aprendizagem.
A sessão síncrona teve como convidada a professora Mary Sales, da Universidade do Estado da Bahia, que nos levou a refletir sobre a contribuição das tecnologias digitais na construção de ecossistemas pedagógicos de aprendizagem.
A professora Mary Sales partilhou connosco a apresentação digital que preparou como guia de discussão e eu aproveito para deixar, em jeito de resumo, algumas ideias-chave que me despertaram mais a atenção:
- Sendo o elearning um modelo educativo de disrupção, há que compreender que o seu potencial será muito maior numa perspetiva de hibridação das práticas educativas que num ponto de vista de mudar o todo. O foco deve estar na adaptação das práticas às solicitações da sociedade do século XXI.
- As tecnologias digitais, quando trabalhadas em rede, possibilitam o "espalhar" do conhecimento, rompendo com as estruturas formais que impedem o desenvolvimento do processo educativo, criando espaços plurais utilizando diversos suportes.
- A criação de um ecossistema de aprendizagem deve ter como objetivo fomentar ambientes mais propícios à formação e ao desenvolvimento de capacidades múltiplas. Esse ecossistema, esse espaço de formação, deve ser pensado para além da "escola-espaço-físico", não fazendo sentido, havendo outras alternativas, limitar o desenvolvimento das capacidades a uma estrutura física, formal e espartilhada no tempo.
- Vantagens da integração das Tecnologias da Informação e da Comunicação nos ecossistemas educativos: o entusiasmo dos intervenientes; a necessidade de constante atualização - um processo de formação permanente para os professores, em particular; o potenciar de experimentação nas estratégias pedagógicas; o fomentar de arquiteturas pedagógicas colaborativas para além do espaço sala de aula.
- Há exigências iniciais a levar em conta quando pensamos numa pedagogia do elearning: planeamento - em termos de conteúdos, mas também de recursos, avaliação, estratégias e metodologias de forma a pensar a disrupção; reconhecimento das necessidades dos estudantes; análise da diversidade metodológica; decisão quanto à metodologia a adotar levando em conta o conhecimento específico do professor e a criatividade e flexibilidade que as tecnologias digitais oferecem.
- O espaço sala de aula física limita as possibilidades de interação com as várias culturas e as várias realidades. As tecnologias digitais de informação e comunicação rompem essa estrutura física e permitem processos e procedimentos pedagógicos para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem que quebram a hierarquia professor-aluno no sentido de pensar a partilha e o acesso à informação de um modo mais ampliado.
- Porque a sociedade mudou, porque as tecnologias digitais, são ubíquas na nossa vida, não podem ser ignoradas numa sala de aula. Com isto não se propõe que se descartem os livros e os cadernos convencionais, mas antes que se avaliem as possibilidades do digital no processo de ensino/aprendizagem, nomeadamente nos processos de colaboração, de compartilhamento e produção coletiva.
- Para conseguir tornar a sala de aula num ecossistema educativo rico, exige-se hoje ao professor que desenvolva competências pedagógicas, técnicas, sócio-afetivas, de gestão e tecnológicas. É importante que se refira que as competências tecnológicas só se adquirem com a experiência, com a experimentação. Este processo dá corpo a uma confluência de pedagogias, num movimento que encaminha o processo educativo para a formação de indivíduos para o século XXI, dando ênfase às metodologias que envolvam a partilha, a produção de conhecimento, práticas de colaboração, o acesso aberto, a difusão entre os pares e a comunicação aberta e dialógica nos espaços educativos.
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