Nota introdutória: Este é um texto elaborado no âmbito da atividade 0 da unidade curricular Modelos de Ensino a Distância, com o objetivo de identificar ideias pré- concebidas dos alunos que estão a iniciar o Mestrado em Pedagogia do Ensino a Distância. É por isso uma resenha de “ideias pessoais” e ideias pré-formadas relativamente aos termos Ensino a Distância e Elearning e não deve ser entendido como uma fonte fiável de informação.
Posto isto, seguem, sem qualquer pesquisa prévia, as minhas conceções (alternativas, provavelmente) relativamente ao que significam para mim os termos supracitados.
Do meu ponto de vista, o Ensino a Distância corresponde ao
desenvolvimento de competências e aquisição de aprendizagens sem um contacto
físico com o professor, que deve gerir o nosso percurso educativo.
Este Ensino a Distância não tem necessariamente de recorrer
à tecnologia. Já nos anos 60, existiam cursos por correio em que era enviado
material para o aluno estudar. O aluno devia posteriormente prestar provas
escritas que reenviava por correio, também.
Quando o acesso à tecnologia se democratizou, o Ensino a
Distância pôde recorrer, com vantagem, às novas formas de comunicação, tendo-se
então optado pelo termo Elearning.
Quando em março de 2020 as escolas fecharam abruptamente,
foi opção do governo português, e também dos professores, manter o processo de aprendizagem dos
alunos. Nessa altura, verificou-se o chamado Ensino Remoto de Emergência.
E porquê o cuidado em distinguir o Ensino Remoto de
Emergência com o Ensino a Distância / Elearning?
Porque o Ensino a Distância / Elearning pressupõe uma série
de condições que não estavam asseguradas em março de 2020 em larga escala, a
saber: acesso universal a tecnologia adequada, cursos estruturados para serem
lecionados à distância, uso generalizado de plataformas de aprendizagem,
capacitação dos professores para acompanhar e avaliar as aprendizagens dos
alunos à distância.
Sem essas necessidades asseguradas, o que se verificou foi
uma atuação dos professores baseada na boa vontade / conhecimentos tecnológicos /
entusiasmo de cada um e não um verdadeiro Ensino a Distância, facto reforçado
pela necessidade de recuperar aprendizagens no início do ano letivo
2020/2021.
Verdade que, da parte dos alunos, se verificou também uma
desigualdade importante, não só devido às disparidades no acesso a equipamentos tecnológicos, mas também devido ao desinteresse e à sensação de
desresponsabilidade que o modelo adotado em março gerou.
Assim, o que entendo eu por (verdadeiro) Ensino a Distância
/ Elearning?
Na minha perspetiva, este modelo de ensino assenta num
planeamento muito bem estruturado de transmissão de conhecimentos e desenvolvimento de competências dos alunos, conseguindo colmatar as dificuldades
associadas à distância física entre os intervenientes do processo de
aprendizagem.
No Ensino a Distância / Elearning, será necessário apostar
em formas de comunicação eficazes e adaptar as estratégias utilizadas no processo de ensino. Não
basta fazer a translação de um ensino presencial para o meio digital. Aqui,
faltará a motivação inerente à presença física do professor e do grupo de
colegas, a correção imediata, a empatia gerada pela linguagem não verbal. O
tipo de atividades terá de ser pensado levando em conta esta realidade,
mantendo o aluno focado e a trabalhar numa lógica mais construtivista do
conhecimento.
No Ensino a Distância o papel do aluno é também fulcral. É
um modelo exigente do ponto de vista do estudante, já que sobre este recai a
responsabilidade de manter o ritmo de trabalho, da organização do seu horário e
de contornar as suas dificuldades, pesquisando e solicitando ajuda.
E desde que iniciei este curso (no Módulo de Ambientação)
como estudante, o que já alterei na minha visão sobre Ensino a Distância /
Elearning?
Houve algo que desde logo me surpreendeu – a interação com
os restantes colegas. Esperava um tipo de ensino mais vocacionado para o estudo
individual (na lógica de pesquisa / estudo e conceção de trabalhos), pelo que
quando me foi solicitado a participação em fóruns e a realização de trabalhos
de grupo, não pude deixar de ficar algo espantada. Ao contrário do que
poderíamos pensar, este não é um percurso solitário.
Quanto à gestão de tempo, tinha também uma ideia errada
enquanto aluna. Na minha perspetiva, seria possível concentrar o trabalho do
mestrado em apenas alguns dias da semana. Da experiência que já tive até agora,
tal é uma estratégia muito arriscada. De facto, o ritmo de trabalho imposto
exige um trabalho contínuo sob pena de, interrompendo o trabalho durante alguns
dias, perder o fio das discussões, acumular trabalho, deixar de conseguir acompanhar
a turma. Esta é uma questão que tem de ser avaliado por quem inicia esta
caminhada.
Este é só o começo. Estou pronta para desconstruir o que acho
que sei para aprender mais. O caminho faz-se caminhando!
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